Muitas vezes desconhecemos as causas de um problema. Às vezes por ser difícil de apurar, pela falta de tempo de o fazê-lo ou até mesmo por desconhecimento de que já é conhecida por outros. Mas sabemos que o problema está aí, nos atrapalha, incomoda, nos causa indignação e precisamos buscar solução para ele.
São inúmeros os problemas conhecidos no Brasil, e inúmeros, talvez até em maior número, os problemas muito pouco citados, comentados e discutidos.
Vez ou outra leio, escuto ou assisto, sobre leis que buscam melhorar as relações de consumo, entre cidadãos e empresas. Principalmente nos telejornais, elas ganham destaque em reportagens “alongadas”, mas nem por isso mais profundas, pelo contrário bem superficiais.
O “direito do consumidor” pelo jeito dá Ibope. São exigências de fraldários, rampas, datas de validade, prazos, entrega, taxas de cobrança, formas de cobrança, “preços nos supermercados”, tempo de espera em filas bancárias e nas centrais de atentimento telefônico, enfim.
Essas reportagens quase sempre tem um tom indignado, entrevista com um ou outro consumidor e o comentário dos “especialistas” (ah esses especialistas). Trazendo ou tentando promover a indignação do cidadão, que sempre é considerado, sendo-o ou não, a vítima de “poderosas” empresas que sempre visaram o seu mal. Mas agora a “lei” passa a impor os direitos dos consumidores que agora conquistam, através da lei, isso ou aquilo. O que é sempre desconsiderado, pelos menos nos casos até hoje acompanhei, é que o “direito” agora imposto, vai ser pago pelo próprio consumidor. Se haverão fraldários, mais funcionários para atendê-lo ou qualquer outro gasto, as empresas privadas irão apenas repassar esse custo aos seus produtos e serviços, ou seja, quem paga a conta é o próprio consumidor. Se a padaria tiver que ter banheiro ou estacionamento, o pãozinho vai sair mais caro amigo, não pense que vai sair de graça. Bem “divididinho” ninguém percebe não, mas isso nunca é revelado ou mostrado nas “charmosas” reportagens. Além do que, elas evitam questões realmente importantes ao consumidor, como as taxas cobradas, absurdas para um simples repasse, pelos cartões de débito dos lojistas, que não se enganem, também a repassam a todos.
Surgiu recentemente um projeto de lei que exige dos planos de saúde um prazo máximo para o agendamento de consultas. Logo de cara eu gostei. Algumas vezes passei pela sensação do “epa, e eu ainda pago por isso” ao tentar marcar uma consulta e a atendente me informar que só daqui a 30, 40 e até 60 dias eu iria conseguir me consultar pelo plano de saúde. A lei realmente é importante e necessária, mesmo que todos nós usuários de planos de saúde venhamos a pagar mais por isso. Senti até mesmo aquela indignação do jovem jornalista na luta pelos “direitos do cidadão”.
Alguns dias depois, após tomar conhecimento da lei que iria me “salvar da injustiça”, algo me lembrou do estado, mais precisamente o estado brasileiro. Que lei um dia irá nos proteger dos serviços mal prestados ou até nem prestados pelo estado brasileiro? Que lei irá proteger o cidadão que não possui dinheiro para poder pagar o seu plano de saúde e que precisa usar o SUS?
Quantos dias eu teria que esperar se quisesse marcar uma consulta pelo SUS e o que eu teria que fazer para conseguir marcar tal consulta? É, é assustador. Mas não deixem-se enganar apenas porque não existem reportagens sobre isso. Todos nós pagamos nossos impostos quando compramos um pacote de feijão ou acendemos uma lâmpada, impostos estes que deveriam ser para que o estado “servidor” nos oferecesse: educação, saúde, segurança, justiça e mais umas coisinhas.
Onde vou encontrar educação de qualidade, senão em algumas escolas particulares? Onde vou conseguir atendimento médico se não possuir plano de saúde? Como vou conseguir que meu carro não seja roubado se não pagar por um alarme, rastreador e seja lá o que?
O que vemos por aí são filas para conseguir fazermos a carteira de trabalho, uma consulta médica(se é que é possível conseguir a tempo) e em tudo que o estado nos oferece com sua burocracia monstruosa, “modernizada” pelas senhas distribuídas nas madrugadas da vida. Pois é, o estado brasileiro nos obriga muitas vezes a ficarmos na fila, para conseguirmos uma senha, para entrarmos na fila. É confuso, eu sei, mas é absurdamente revoltante.
Repartições públicas com horário de atendimento reduzido, das 10:00 às 12:00, outras das 14:00 às 17:00 e o cidadão que se adapte, que se vire, que dê um jeito, que implore para ser atendido. Que leis nos protegerão de administradores públicos voltados ao próprio estado e não aos que deveriam ser atendidos por eles? Até reclamar tornou-se crime, “desacato”, como escrito nos cartazes espalhados por prefeituras, fóruns, postos de saúde e “secretarias” da vida. Que lei nos protegerá do desprezo do estado brasileiro pelos seus “consumidores”?
Direitos do “Consumidor”
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Pulseirinhas Invisíveis
Hummm… Simplificar?!?
Simples?
Li o post da Lak e confesso que demorei um certo tempo pra digerir. Não que o assunto fosse complexo ou que eu discordasse do que ela escreveu. Nesse ponto, aliás, muito pelo contrário. Sou um ferrenho defensor da ideia de que “simplicidade é tudo”, ainda mais quando você sabe exatamente o que está fazendo, como mostra a ilustração do touro feita por Picasso. Quando você conhece já o funcionamento da coisa, consegue cortar tudo aquilo que é supérfluo e se prender ao que realmente importa.
Eu queria escrever dessa forma. Queria que meus versos fossem assim, simples e profundos. É ai que sinto inveja de caras como o Drummond que disse frases como essa a seguir:
“O homem vangloria-se de ter imitado o vôo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam.”
E escreveu versos maravilhosos como os do poema Canção Amiga (clique para ler), que foi impresso na antiga nota de 50,00 cruzeiros apresentada a baixo(sei que estou velho).
Admito que de todos os meus versos, só um realmente me deixou feliz pela pretensa simplicidade em relação ao tema, eu o coloco abaixo, nem nome tem, faz parte do meu primeiro livro.
Sempre é tão duro ver o trem partir
Sabendo que é nele que você vai
Eu confesso que até tento sorrir
Mas só lágrimas saem de mim
Enquanto você se distancia mais e mais
Admiro quem consegue fazer coisas simples e belas, outro exemplo é a foto Boy in Senegal de Pierre Holtz. O fotógrafo conseguiu uma poesia numa cena dura e comum, triste e ao mesmo tempo alegre. A simplicidade no passar a mensagem é que torna tudo fantástico, fica fantástico descobrir que a magia está no mais óbvio e comum, na simplicidade que muitas vezes teimamos em esquecer. Por que temos tanto o desejo de ir contra a nossa própria natureza? Até tentei falar disso um tempo atrás no meu blog, quando brinco com a música Diariamente (clique para ler).
Eu como biólogo deveria me preocupar mais com isso. Uma das premissas da Biologia é que a natureza é econômica, ela sempre segue o caminho mais rápido prático e óbvio. Por que temos a mania de complicar tanto então?
A Lak perguntou se simplificar vale a pena, bom eu acredito que sim, mas confesso que fui incapaz de produzir uma resposta mais simples para a sua pergunta. Então eu sou obrigado a dizer que sim simplificar vale a pena, o duro é ter capacidade pra fazer isso da forma correta, eu até acho que ela tem, mas admito que infelizmente eu não tenho ainda.
Publicado em Alex Martins
Descomplicações
Tenho escrito pouco, porque ando com muitas coisas na cabeça. Faz parte, eu sei… Mas também percebo uma tendência minha de pensar demais.
São alguns problemas pessoais que ficam ocupando os meus neurônios em tempo integral e…
E, me peguei pensando como tenho o mau hábito de pensar demais. Sou hinduista de nascimento, embora minha mãe tenha abraçado a filosofia e, portanto, não sou considerada uma hinduista verdadeira, já que teria que ter ascendência indiana, o que não é o caso. Mas, para o hinduismo – e a maioria das filosofias e religiões orientais – quanto mais simples for, mais próximo do êxtase se está, porque o objetivo é a clareza, a leveza e até a inexistência.
Portanto, percebi que pensar demais é o caminho inverso para atingir a paz de espirito, coisa que eu tenho sentido necessidade.
Elucubrações à parte, também me peguei estudando um pouco de História da Arte, já que venho me sentindo muito fútil de uns tempos pra cá, capaz de falar apenas de coisas mundanas e comuns, não debater idéias. E, falando com Edu sobre a tecnica de Mondrian (já mostro por quê) ele me mostrou um blog com uma imagem explicativa de um desenho de Pablo Picasso que ilustrava exatamente o que eu estaria buscando, nesses meus pensamentos sobre descomplicar…
Poderia copiar para o Devaneios, mas não vou, em respeito aos direitos autorais de quem fez o post. Mas, peço para que vocês dêem uma olhada, para compreender visualmente o que quero dizer http://batecabeca.com.br/o-touro-de-pablo-picasso/
Gostei muito da explicação e senti que era uma espécie de resposta à minha indagação de se é possível descomplicar, para simplificar e, ainda assim, conseguir atingir o objetivo inicial. Claro que Picasso era um mestre e ficaria difícil eu chegar aos pés dele.
E, uma breve demonstração sobre a minha brincadeira com a técnica “Cubista Abstrata” (ou insira aqui o termo que lhe for mais conveniente), essa é a minha tentativa infantil de retratar um elefante tomando banho:
Simplicar vale a pena?
Beijos,
Lak
Publicado em Coisinhas da Lak
Did you see the light?
Você viu a luz?
Bom, ela pode ser o trem vindo, no fim do túnel para dar no meio de você… mas, também pode ser a solução para aquela encrenca…
Como é pra você?
O que é ver a luz?
Para mim, que sou (doido) aquariano, pode variar muito…
por exemplo, pode ser, simplesmente a troca de um dia cinzento por um ensolarado… para mim, faz muito bem…
Tem uns doidos que dizem ‘viver de luz’… alguns dizem alimentarem-se dela… já, outros, são abalroados por ela…
Para os religiosos, a luz pode ser aquela graça atingida…
Para os esotéricos ela pode variar de cores… (depende do grau do LSD)
Mas, ela pode ser bem mais imperceptível do que se imagina…
Ainda escrevi algo no meu Blog hoje, sobre a frase que ouvi: “A escuridão é a ausência da luz…”
Isso pode ter um monte de interpretações… e, como lá, foquei apenas nas bestas, aqui, posso pensar nas mais sérias…
A luz, para mim, dependendo do dia, é apenas o sorriso da minha filha…
em outro, pode ser o número alto de acessos no blog…
Pode ser a vitória do meu Colorado no futebol…
Pode ser uma história de superação…
Pode ser algum necessitado recebendo uma ajuda…
Enfim… outro dia comentei que, não chorei nem no velório da minha vó… talvez por não ter tido tempo e ficado correndo com os preparativos… e, não costumo chorar quase nunca… mas, me vi chorando ao ver um tiozinho simples recebendo uma turbinada na sua Kombi no “Lata Velha” do Huck… Piegas? Claro que sim… mas fazer o que? Não comando meu cérebro, ao contrário dos que afirmam que conseguem com os seus…
Então…
O que é a luz?
deixo também uma inspirada descrição do que pode ser…
Lanterna Dos Afogados
Os Paralamas do Sucesso
Composição: Hebert Vianna
Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no túnel Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar
Eu estou na lanterna dos afogados
Eu estou te esperando
Vê se não vai demorar
Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar
Publicado em Qcferris
Adaptação
Entre o Gahu e o Candombe, o Samba desandou
Eu sou biólogo de formação, acredito em mudanças lógicas e pontuais, acredito também na força do acaso como gerador de novidades, enfim, e viva a Evolução. As coisas mudam sempre, num ritmo até certo ponto previsível, as mudanças, entretanto, nem sempre serão positivas pra quem muda, muitas vezes são apenas mudanças e em alguns casos nada favoráveis.
Podia falar de biologia, mas na boa, isso aqui ficaria um saco. O clima hoje pede futebol, apesar da derrota do Brasil (que até poderia ser o mote), vale a pena falar do outro jogo. Gana e Uruguai protagonizaram uma disputa emocionante, que hora pendeu pra um lado, hora para o outro. Mudou de força como mudam as sonoridades dos batuques produzidos pelos dois povos. Tanto o Candombe uruguaio quanto o Gahu de Gana alternam batidas ritmadas e divertidas que nos convidam a dançar, ambos vieram da mesma África onde se deu o embate futebolístico.
E se fosse no lugar de futebol um duelo musical, provavelmente as nuances das mudanças seriam tão nítidas e emocionantes como as do jogo bretão. O começo leve em ritmo de aquecimento dos africanos contrastando com a melodia já inicialmente agitada e forte dos sulamericanos. Ai com o gol os africanos é que fizeram o povo dançar enquanto o candombe desandou, era a vez do gahu. E assim foi numa alternância o tempo todo, com pequenas variações de compasso em cada equipe, mas sempre com os uruguaios no candombe e os ganeses no gahu.
Eles variaram o tempo todo. Mudaram as músicas, mas não o estilo. Isso ocorre porque as mudanças nunca são assim totais. Ambos vieram do mesmo caldeirão africano, mas em cada ponto foram se firmando com as coisas que foram agregando do lugar e dando origem a novos sons. E cada novo som tem algo que é só seu, sua essência que demora muito a mudar e se mudar deixa de ser aquilo e passa a ser outra coisa.
Hoje gahu e candombe se fizeram fortes e o gahu só guardou os tambores no final do show, até parecia que quem abandonaria o palco seria o candombe, algo que não aconteceu. Foi um lindo show de ambos, daqueles que o público lembra com saudade por anos.
Diferente do que ocorreu com o nosso samba, que teve menos que uma nota só.Já nem samba era mais, perdeu seu gingado, sua malemolência e seu jeito moleque. Era algo sem nome, por isso foi expulso de um palco onde não deixará saudades, nem em quem chorou por sua partida.
Porque mudar é sempre algo necessário, mas mais necessário do que isso é saber mudar mantendo a essência de quem se é.
Publicado em Alex Martins | Tags:Mudanças
Mudanças…
Bom, o tema levantado pela Lak, pra mim, é bem definido há eras…
eu sempre fui do tipo de cara que viveu os primeiros anos de vida tentando ser bonzinho, vivendo a regra imposta… se dependesse da minha mãe e minha vó, eu teria, provavelmente virando uma bailarina ou uma lady tomando chá da tarde com as amigas e falando de belas artes… enfim…
o efeito colateral é que eu sou um homem… e, meninos, no colégio, quando são os menores da turma, geralmente aprendem que a educação pode não ser o melhor método de se conseguir respeito… até será, mas com o passar dos anos e que a capacidade intelectual supere a física…
Pois bem, aprendi que em situações, chutes no saco são melhores do que debates longos…
Mas, ao crescer – e é claro, aprendi na base da tentativa e erro -, notei que a gente fica sim limitado em algumas coisas pelo efeito que causamos aos outros…
não digo que tenha mudado tanto assim… mas, se tem alguma coisa que me fez repensar atitudes, foram nas vezes em que eu magoei pessoas… ou seja, eu deixo de fazer coisas para não magoar pessoas… o que é bom ou ruim, as vezes…
Bom porque de certo modo, melhoramos nosso convívio com os demais… e ruim, porque as vezes ficamos refém dessas situações… engolimos sapos desnecessários em função disso…
E é aí que entra o maniqueísmo da coisa…
viver ao seu estilo ou abrir mão pelos outros?
É claro que não é 8 e nem 80… o mundo é cinza e não preto e branco…
A minha teoria é que ninguém muda sua essência… a gente abre mão de certas coisas em função de algo ou alguém… mas, se cairmos numa zona de conforto, a tendência é que voltemos a ter os velhos hábitos…
Eu disse, hábitos… não defeitos… pois defeitos sim, esses, se a gente souber aprender com a cagada, não os repete…
Então, na minha psico(patia)logia, afirmo que o pessoal só muda, provisoriamente, quando está perdendo algo ou alguém… com a água batendo na bunda, no bom aramaico…
É por aí…
O ponto de mutação
“Ponto de mutação”, a maioria deve saber, é o título de um livro.
Tenho esse livro do Fritjof Capra em casa, porque adoro filosofia oriental, mas nunca tive a decência de lê-lo, porque fisica está além da minha alçada, embora goste de ter o livro na estante para parecer que sou inteligente haha
Mas, hoje, não tenho a pretenção de debater literatura – ou melhor, a falta dela – mas falar sobre a resistência a mudanças, que parece ser um comportamento meu difícil de… ops, mudar.
Outro dia, eu estava estressada com trabalho e algumas pessoas se dispuseram a conversar comigo (virtualmente, claro).
Todas, por uma ironia do destino, se puseram a dizer a mesmissa coisa: “Você não devia reclamar da sua vida, porque é muito bem casada.”
Longe de mim desdenhar de conselhos de amigos ou dos meus relacionamentos. Eu namorei bastante até e tenho grande carinho por meus exs. Até tive momentos de solidão, mas passei a maior parte da minha vida adulta tranquila no quesito afetivo.
O problema é que as pessoas confundem um pouco as bolas. Se estou reclamando (concordo que gente reclamona é um saco, mas todo mundo tem seus 5 minutos de pura chatice) de uma coisa, não vejo muito sentido em comparar com outra área não-relacionada da vida. É claro que, no fim das contas, a gente avalia pelo conjunto, mas isso não quer dizer que, ao longo do caminho, a gente não possa reclamar de nada, pra constatar que tal coisa não está boa e precisa fazer algo urgente pra mudar, mesmo que isso signifique sair da nossa zona de conforto.
Esse lance de zona de conforto é complicado, porque mudar significa arriscar ir pra pior. Dai a gente pesa, pondera e fica naquela insegurança de “será que não é melhor deixar como está? Porque pode estar ruinzinho assim, mas eu aguento…”
A primeira grande mudança da minha vida, foi quando eu ainda não tinha idade suficiente para compreender o significado dessa palavra. Meu pai resolveu vir trabalhar em São Paulo e arrastou minha mãe, minha irmã e eu do Rio de Janeiro para cá. Foi bem na prática que compreendi o que significava mudar – nesse caso, literalmente. Aqui é mais frio, aqui não tem praia, aqui as pessoas falam com sotaque diferente do Rio. Ademais, o paulista é muito mais cheio de formalidades que o carioca e eu acabei estranhando bastante a mudança, embora tenha aprendido, desde cedo, a aceitar que as coisas saem do conhecido.
O engraçado é que, mesmo tendo aprendido desde cedo a lidar com mudanças, que foram muitas, ao longo da vida, ainda me vejo insegura, receosa e resistente à mudança.
Nunca fui uma pessoa de reclamar de rotina. Sou metódica, gosto das coisas previsiveis, organizadas, seguras, admito. Sou daquelas pessoas que planeja as coisas com antecedência, analisa os prós e contras e… sempre se depara com algum imprevisto, fica emburrada mas dá um jeito de fazer o melhor. Nem sei por que eu acho que dá pra ser tão organizada.
Mas, tempos depois, percebo que mudar faz bem, porque quebra o estabelecido e renova. Mudanças são a melhor maneira de reinvenção de vida que existe. A gente deveria ter menos medo de mudanças e mais predisposição a abandonar a zona de conforto, já que nem sempre as mudanças pioram as coisas.
Tornar-me mais livre, mais desapegado, mais flexivel é a minha meta atual, por isso mesmo, resolvi me permitir tentar uma outra linha de textos na internet…
E você, como se dá com mudanças?
Beijinhos,
Lakinha
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